quinta-feira, 14 de maio de 2015

Versos antigos — parte IV


poucas pessoas, nenhuma talvez,
disseram tanto sobre mim, em tão pouco tempo
por onde você olhou para me ver tão fundo
enxergaste um pedaço do passado
escondido ou preso
numa masmorra escura
que agora tento abrir
com a ponta de um lápis
prisioneiro da auto-censura
me deixei ficar por muito tempo
tenho sentimentos, mágoas, experiências
que quero dividir com o mundo
que é aquilo que me cerca
quantos versos rabisquei
ao tentar dizer solidão
quantas rimas procurei
para descrever a paixão
quantos anos me guardei
até descobrir que o pulso
segue o coração
e não a cabeça

Marina V. Medeiros