acordo com uma pergunta
martelando em minha mente
(como acontecera durante
a noite inteira)
a pergunta é:
qual a cor da saudade?
seria branca como o cravo
na lapela do noivo ansioso?
ou alba, sedosamente transparente,
mostrando as curvas
da noiva amedrontada?
ou ainda rubra, vermelha,
como a virgindade estuprada
transformando a jovem em mulher
sensual, adorada, desejada?
prateada e dourada como as bodas
que festejam a felicidade
dos casais mais antigos?
negra, noturna
com seus múltiplos orgasmos
de descobertas sexuais?
roxa como os cravos
enterrados junto aos defuntos?
pergunto mais uma vez:
qual a cor da saudade?
“nenhuma”, tu me respondes
sussurrando em meus ouvidos
entremeando com beijos.
“a saudade não tem cor alguma
a saudade é simplesmente
uma dor de amor”.
Marina V. Medeiros