quarta-feira, 6 de junho de 2012

Por quê?


Estou com a certeza de que esta será mais uma noite insone, como tantas outras que amarguei. Cabeça cheia de indagações, sem resposta, apenas o latejante: por quê?
Quando precisei de sua ajuda para enfrentar um A.V.C., o que recebi foi apenas a declaração de que estavas me abandonando, encerrando o nosso casamento. Por quê?

Sempre tive que aceitar o relato de suas conquistas amorosas, em silêncio. Por que aguentei a presença de sua amante por oito anos, quando não cumpria juramento feito no altar: na riqueza, na pobreza, na saúde ou na doença, quando dividia seu amor por três e eu dividia o meu por dois? Por quê?
Por que tinha de ser assim, durante anos, na calada da noite, a cabeça e o coração martelando com todas estas perguntas? Consegui chegar até o fim, sempre dando e pouco recebendo. Por quê?

Hoje, sozinha, faço a pergunta que na minha angústia e fraqueza não tive coragem de fazer-te. Por que você não pode me amar, como eu sempre te amei. Por quê?

Marina V. Medeiros